Passei a noite na indecisão de dormir
No quarto dominado pelo caos
Dominado por um aquecedor de quatro pernas altas
Combatendo o frio sozinho
Deixando-me a mim em lençóis com personalidade, lençóis maus
Suei em desespero
Sangrei apenas por tempero
Suspirei, talvez ainda adormecesse
Desesperei, para que algo acontecesse
Fui dominado pelo nada
Que inundava o que o meu quarto continha
Nada pensei, nada concretizei na noite que não era noite
Porque a noite deve ser dormida e aquela nem sequer foi
minha
Rebolei pelo colchão de molas rebentadas
Fechei-me em mim na cama que nem em altura me continha
Sussurrei “Deus talvez até em ti já acredite”
Sonhei que afinal deus não passa de dinamite
E hoje só me deu para rebentar
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