domingo, 20 de julho de 2014

Perdido num tempo que já não existe

Rios de jazz escorrem escalas harmónicas
Metódicas notas de pausas, suor, respiração
Sexo suave tocado pelos dedos que rebentam elegantes instrumentos
Ouro reluzente que reflecte os holofotes de um quarto 
Espectáculo de dois coberto na escuridão

Corpos contorcendo-se nos batimentos de uma tarola
Gemendo pratos ritmando-se baixamente contra cordas 
Sendo tudo dor, satisfação, segredo e esconderijo
Nas noites de whisky e tabaco e esquecimento
Na libertação hormonal de um único tempo
Tesão de mijo que afinal se vai concretizar

Suspensórios caídos sustêm o pouco que previne uma nudez
Só o chão continua vestido em tapetes, em camisas
Todo o homem é feito de robustez
Caindo nas contracurvas femininas do prazer

Rios de jazz correm agora pelos teus vales e montanhas
À espera de desaguar no teu prado de imaginação 
Fazendo desenhos de fantasmas no teu corpo
Contemplam a solidão esquecida no mais breve momento de alucinação

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