Antes havia um sítio onde Coimbra era velhinha
Um sitio de fuga quando o dia anoitecia
Uma cave negra onde o fado cantava
E a memória gritava
Um lugar inundado de transbordantes cinzeiros
Enublado pelo fumo de conversas
Repleto de mercenários comprados por ideias
Um lugar dos prisioneiros à luz das velas
Passavam horas como minutos e todos cantavam
No silêncio, na ausência, em segredo
Antro dos sem medo
Na esperança de tudo mudar
Hoje as luzes rompem a sombra que lá existia
Barulhentos electrodomésticos calam as vozes velhas que lá se ouviam
E o fumo fugiu pela porta para se dissipar
Luzes brancas de montra
No novo centro comercial
Turistas em vez de pensadores
Coimbra que matas os teus doutores
Onde estão os teus valores?
Havia um sitio onde Coimbra anoitecia
Mas a lua não voltará lá
Um sitio que já não há
Agora resta-me apenas o seu fumo nos meus pulmões
Resta-me a saudade até ela desvanecer
Restam-me apenas meia dúzia de recordações
Blog de poesia com outros géneros em regime de Part time (Poetry Blog and other genres in Part-time)
quarta-feira, 2 de julho de 2014
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